Gosto muito das poesias da portuguesa Florbela Espanca. Talvez seja pelo modo visceral que ela expressava seus sentimentos... E às vezes, me vejo como ela... (desculpem minha modéstia), mas as vezes sou assim... não vivo meios termos. Se isso é ruim? Não sei... mas entendo que ninguém é feliz vivendo pela metade, vivendo na superfície dos sentimentos, com medo de afogar-se neles... Isso é tão patético... Mas enfim... cada um age, e passa pela vida conforme lhe convém. Essa divagação toda é pra dizer que eu amo Florbela!
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...sei lá de quê!" (Florbela Espanca)
Durante muito tempo, era essa a frase que tinha no meu orkut... eu me via assim... hoje, não tanto, mais... ainda me considero exaltada, com alma intensa, mas só um pouco mais branda, mais serena, tanto que hoje em dia, estou mais pra poesia abaixo:
O meu desejo
Vejo-te só a ti no azul dos céus,
Olhando a nuvem de oiro que flutua.
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua!
Nos vultos que diviso pela rua,
Que cruzam os seus passos com os meus ...
Minha boca tem fome só da tua!
Meus olhos teem sede só dos teus!
Sombra da tua sombra, doce e calma,
Sou a grande quimera da tua alma
E, sem viver, ando a viver contigo ...
Deixa-me andar assim no teu caminho
Por toda a vida, Amor, devagarinho,
Até a morte me levar consigo ...
Vejo-te só a ti no azul dos céus,
Olhando a nuvem de oiro que flutua.
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua!
Nos vultos que diviso pela rua,
Que cruzam os seus passos com os meus ...
Minha boca tem fome só da tua!
Meus olhos teem sede só dos teus!
Sombra da tua sombra, doce e calma,
Sou a grande quimera da tua alma
E, sem viver, ando a viver contigo ...
Deixa-me andar assim no teu caminho
Por toda a vida, Amor, devagarinho,
Até a morte me levar consigo ...
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